Marçal e Eneida Ceccon

Volta ao mundo

sem segredos

*Por Roberto Negraes

Marçal e Eneida: 21 anos a bordo do veleiro Rapunzel e filhos educados no barco, enquanto davam a volta ao mundo

Marçal e Eneida: 21 anos a bordo do veleiro Rapunzel e filhos educados no barco, enquanto davam a volta ao mundo

Marçal e Eneida Ceccon contam todos os segredos de como dar a volta ao mundo (além de outras travessias) e viver a bordo de um veleiro por 21 anos!

   O Rapunzel foi um dos primeiros veleiros brasileiros a dar a volta ao mundo. Conheci seus tripulantes, Marçal e Eneida Ceccon (e seus filhos Marcelo e Clarissa, então crianças), por volta de 1984 ou 1985. Acompanhei a construção do barco, visitei-os a bordo algumas vezes antes da partida e conversamos bastante sobre o projeto durante os anos de preparativos para a longa viagem pelos oceanos e pelo tempo. Posso afirmar, com absoluta certeza, que a circum-navegação do Rapunzel foi uma das mais bem-realizadas tanto em seu conceito inicial quanto na sua execução.

   Naquela época, não havia a tecnologia digital de hoje, navegava-se como há centenas de anos tanto que o primeiro objeto adquirido para a viagem foi um sextante (instrumento para medir a posição dos astros no céu e, desta forma, obter a posição da embarcação). Navegar era arte! Passadas mais de três décadas do nosso primeiro encontro, convidei Marçal e Eneida a contarem um pouco de sua longa convivência com o mar.

O Rapunzel, com a família toda no convés

O Rapunzel, com a família toda no convés

   Marçal, como surgiu esse sonho e a adesão da família? E amigos e colegas de trabalho, como reagiram a essa ideia (que na época deveria causar estranheza)?

   “Em 1983, já tínhamos sete anos de experiência na vela e sentíamos um fascínio pela vida no mar. Velejávamos nos fins de semana, férias, sempre que podíamos. Dormíamos a bordo, ancorando em lindos lugares isolados, e isso fazia parte da nossa vida de forma muito intensa. Passamos a pensar se seria possível viver assim, nem que fosse por um tempo. Daí, iniciamos planos para viabilizar esse sonho e, de repente, estávamos colocando coisas concretas nos planos. Nessa fase, gastei uma fortuna num sextante usado, e isso foi o ponto sem retorno de tudo. Investimos uma grana num sextante que só teria utilidade se viajássemos. Então, não dava mais para voltar atrás!”

   Quanto aos amigos e familiares, conta Marçal que ficaram divididos:

“Uns vibravam com a ideia, outros queriam nos internar num hospício! Imagine, filhos na escola, duas carreiras profissionais bem-sucedidas... Como jogar tudo para o ar por uma loucura dessas? E assim, oito anos mais tarde, partimos, quatro malucos e um sextante usado!”

   Entretanto, o uso do sextante não durou muito:

“Felizmente, logo apareceu um SatNav usado à venda, e o sextante nunca mais saiu da sua caixa (o SatNav foi, digamos, o bisavô do GPS, dava uma posição aproximada baseada em três satélites, e só quando queria!).”

   Quantos anos de preparo, tanto psicológico quanto financeiro? Como calcularam os gastos da viagem, já que poucos brasileiros haviam realizado algo semelhante?

“Foram oito anos dedicados a planejar e construir o barco, preparar-se financeiramente, e reunir informações em livros, revistas, conversas com navegantes de passagem pelo Brasil. Mas era impossível calcular o custo na época (anos 80). Além disso, quem descrevia experiências em livros ou revistas, raramente revelava a parte financeira da coisa, por algum tipo de ‘tabu’ ou medo. E as narrativas eram sempre tão espetaculares ou tão trágicas que era difícil intuir qual era a realidade. Por essa razão, decidi que se viesse a escrever sobre nossa experiência, começaria por ‘Quanto se Gasta pra Viver a Bordo’ (página 9 do livro ‘Rapunzel, Uma Família ao Redor do Mundo’). Outra decisão foi a de não me empolgar por situações adversas, de modo que nunca hesitei em revelar que em 21 anos vivendo a bordo jamais vimos uma onda maior que quatro ou cinco metros de altura ou ventos mais fortes que 50 nós (navegando). É difícil estimar altura de ondas a partir do cockpit de um veleiro, e nunca tivemos um anemômetro no Rapunzel! Gosto de dizer que nossa escala de vento tinha só três pontos: vento fraco, bom e pra caramba.

   A única experiência extrema com ventos, para o Rapunzel, ocorreu num cais na África do Sul: “Surgiu um vento acima de pra caramba e perdemos nossa genoa, que desenrolou durante uma rajada. Única perda de equipamento em toda a vida a bordo. Vento de 90 nós, segundo o anemômetro da marina!”

   A escolha do barco, como estabeleceram o conceito da embarcação, projeto e a programação para o tempo de construção e partida?

   “O requisito principal era a segurança, a confiança de que iríamos sair e voltar dessa viagem sem contratempos. Investiríamos no barco tudo o que tínhamos na época, não podíamos dar-nos ao luxo de perdê-lo (para dizer o mínimo) na primeira pedra do caminho. Isso, só um barco metálico garantiria, e decidimos pelo aço. Várias vezes apreciamos a tremenda importância dessa decisão!”

   A dúvida maior foi quanto ao tamanho do veleiro: “Começamos a construção de um barco de 38 pés achando que era "o máximo" e, antes de terminar, concluímos que era pequeno. Aí, o vendemos inacabado e recomeçamos do zero, com a construção do Rapunzel, de 43 pés. Esse foi na medida exata!".

   E o que levariam a bordo para o tempo programado da viagem (dois anos, certo?)?

   “Sobre o que levar, não lembro qual foi o critério de cada um (da família), mas depois de partirmos, encontrei um monte de coisas pesadas que entraram ‘clandestinamente’ a bordo... Na verdade, aos poucos tudo vai achando lugar e uso, e o supérfluo vai ficando pelo caminho.”

   Nem sempre os planos coincidem com a realidade e expectativas pessoais: “Nossa previsão era uma viagem de dois anos, voltar e reassumir empregos. Contudo, no primeiro porto do Caribe, descobrimos que não poderíamos dar uma volta ao mundo em dois anos se quiséssemos realmente conhecer algo além da simples aparência de cada lugar. Repensamos e decidimos estender a viagem pelo tempo que fosse necessário e nossos recursos permitissem. Acabamos levando cinco anos, voltamos e não reassumimos nossos empregos! É assim que funciona a liberdade conquistada.”

   Segundo Marçal e Eneida, quando decidiram deixar a vida a bordo, a situação citada acima se inverteu: “Ao vendermos o barco, em 2012, retiramos de seu interior objetos pessoais acumulados em 21 anos. Como encaixotamos tudo, nos demos ao capricho de pesar e medir cada caixa que saiu. Inacreditáveis sete metros cúbicos, pesando 1.200 kg! Um relato completo desse ‘desembarque’ está em nossa página: www.veleiro.net/rapunzel sob o título ‘De Offshore a Offroad em 21 anos’”.

   Durante a volta ao mundo, quais os melhores e os piores momentos, em termos de pessoas, países e clima?

   Marçal é quem responde:

   “Cada um dos tripulantes tem seu momento favorito numa viagem dessas, mas há unanimidade sobre um momento mágico: o arquipélago de Chagos, no oceano Índico. Para mim, foi o lugar onde finalmente encontrei o que eu procurava ao partir. Ali vivemos 45 dias sozinhos numa ilha deserta, maravilhosa, como se fôssemos náufragos sem desejo de ser resgatados. Na minha opinião, este é o ponto alto também do nosso segundo livro, o ‘Rapunzel nos Mares do Sul’.

   Em termos de momentos ruins, o maior desafio foi subir a costa brasileira, em janeiro de 1991. Quem já tentou desafiar o vento e a corrente acima do Cabo de São Tomé nessa época sabe bem o que é orçar dia e noite e não progredir uma milha para o norte. Foi o que fizemos nos cinco primeiros dias de nossa volta ao mundo.

   Outro momento complicado foi quando pegamos uma tempestade na costa da Colômbia, com ventos pra caramba e ondas de 4 ou 5 metros pela popa, surfando a 16 nós em árvore seca nas rajadas.Felizmente, ao amanhecer, acalmou; do contrário, acabaríamos encalhados no fundo do golfo de Darien... era incontrolável! Acho que foi a única coisa realmente sensacional na viagem — o Rapunzel, com 16 toneladas, sem velas, com o leme de vento Aries no comando, surfando a 16 nós no rumo exato por toda a noite!”

   E a família, como foi o convívio a bordo por tanto tempo?

   “Como sempre moramos longe do restante de nossa família, estávamos acostumados a viver e compartilhar nosso próprio mundo. Mas é claro que ninguém conhece integralmente seus filhos e seu cônjuge. Então, de repente, todos estão 24 horas por dia em contato, ao alcance da voz, sem ter como fugir pra pensar... isso, sim, requer um tempo para se adaptar, mas acaba sendo a grande conquista pessoal de cada um e torna-se uma ligação familiar sólida para toda a vida.”

   E os estudos das crianças, passatempos a bordo?

   “Só foi possível fazer cursos por correspondência em escolas dos EUA, pois no Brasil daquela época a única escola de ensino a distância dependia de endereço fixo para envio de material. Houve, sim, um hiato no tempo para completar os estudos formais, porém sem grande impacto posterior. E sobre passatempos... fala sério! Aquela vida ‘era’, em si, o passatempo!”

   Além da volta ao mundo, vocês realizaram outras viagens. Quais e como foram essas novas "aventuras"?

   “Após nosso retorno, as ‘crianças’, então, com 18 e 22 anos, mudaram-se para terra firme e reassumiram os estudos formais, logo iniciando suas vidas profissionais. Nós continuamos a bordo velejando pela costa brasileira, participando de eventos náuticos, palestras, regatas como a Refeno etc. Em 2005, decidimos fazer uma viagem conhecida por Círculo do Atlântico, que seria subir novamente para o Caribe, de lá rumar para os Açores e em seguida para a costa de Portugal, retornando ao Brasil via Ilha da Madeira, Canárias e Cabo Verde. Viagem de um ano, bem técnica e uma experiência diferente — eu e a Eneida, 15 anos mais velhos que na primeira viagem, tripulação reduzida (sem os filhos), regiões mais frias para navegar. E ainda tivemos nosso pior momento quando fomos pegos por uma depressão no Mar do Norte e ficamos 30 horas à deriva. A essa altura, quanto de vento havia ou o tamanho das ondas não tinham importância; recolhemos as velas, amarramos o leme, fechamos tudo e literalmente ‘deixamos rolar’! Não foi divertido. Quando voltamos ao Brasil, sentimos aquela sensação de ‘conseguimos novamente!’, foi muito bom! Essa viagem deu origem ao livro ‘Um Giro Pelo Atlântico’”.

   O exemplo de vocês com o veleiro Rapunzel e seus livros, creio que estimulou muitos velejadores a viagens marítimas. Vocês se consideram inspiradores para uma geração de novos marujos?

   “Não fomos pioneiros no que fizemos, mas certamente estamos entre os últimos a se lançarem ao mar antes da era digital; um barco básico, praticamente sem recursos eletrônicos, internet. E ainda, muito importante, com recursos próprios e sem patrocínios! Essas características tornaram nossa experiência cheia de situações autênticas, cuja narrativa sem fantasias gera interesse até os dias de hoje, apesar dos 26 anos de publicação de nosso primeiro livro.”

...Sem dúvida, são dos mais respeitados navegantes brasileiros. Ainda recebem contato de pessoas querendo viajar e pedindo orientação?

   “Continuamos recebendo contatos de gente querendo entrar nessa vida nômade. É recompensador ajudar os poucos que conseguem vislumbrar um mundo real fantástico atrás da névoa tecnológica que embriaga a sociedade atual. Nenhum software, nem o mais sofisticado, vai dar a alguém a verdadeira dimensão do que é sair da segurança do cockpit numa travessia noturna para ir até o pé do mastro rizar uma vela. Não há a esperança de novas vidas se algo der errado, não dá para dar um ‘pause’ nem mudar para um nível anterior, você tem que ‘ir lá’, e voltar inteiro. E com o ruído assustador do vento nas estruturas do barco, a proa cortando a água com velocidade incrível, você acende as luzes de cruzetas e avança agarrado com unhas e dentes aos cabos, estais, os pés no convés muitas vezes coberto pelo mar, e o ar saturado de borrifos e sal, com um olho no mar contando o tempo para a próxima onda, e outro naquela vela imensa pressionando o estaiamento. Nesse momento, o mundo se resume àquela clareira iluminada ao redor do mastro, tudo o que você vê ao redor é um negrume barulhento e ameaçador. Você chega ao pé do mastro e espera por um momento para medir o ritmo daquele caos. E aí, quando o barco passa pelo cavado da onda, o convés quase nivelado, a vela acena com um leve panejar, você solta a adriça e se agarra na primeira dobra da vela e reza para que ela desça, dominada. Imediatamente, o barco acalma como um cavalo bravo ao ser tocado pelo seu dono; você para mais uma vez para avaliar o resultado e pensa ‘...cara, isso é horrível, mas é muito bom..!’ E volta para o cockpit como herói de si mesmo.”

   E a ‘aposentadoria’ do mar, quando se deu?

   “Na verdade, ao longo dos últimos dois ou três anos de nossa vida embarcados, começamos a perceber o que a liberdade da vida a bordo representava. No fundo, e sem notarmos, deixamos de curtir uma série de coisas importantes. Nos afastamos demais e por muito tempo de muitas coisas, e elas começam a fazer falta! Ou seja, descobre-se que apesar da vida a bordo ser cheia de atrativos, e da satisfação que experimentamos ao viajarmos com os filhos, o barco, para quem vive a bordo, vai se tornando um compromisso que limita a participação na vida familiar, as oportunidades, os assuntos de conversas, interesses etc. Chegamos a planejar e até fazer preparativos para uma viagem meio no estilo ‘sem compromisso’ para 2010. Iríamos para o Caribe e lá decidiríamos para onde seguir. Infelizmente, algumas circunstâncias nos impediram de partir naquele ano e o momento passou sem que a gente se desse conta. Então, a ideia do desembarque foi crescendo apesar de jamais termos comentado sobre isso com os amigos. Nós mesmos não acreditávamos que estivéssemos pensando seriamente no assunto! Finalmente decidimos. O barco estava impecável, fora preparado para a viagem de 2010, estávamos com saúde e de bem com a vida. Era o momento ideal para a virada. Os filhos iriam adorar!

   Onde decidiram morar, em terra?

Em 2012, colocamos o barco à venda e nos mudamos para uma propriedade rural que já possuíamos havia mais de 30 anos. Uma cabana na beira de uma represa, um refúgio entre as árvores e um lago, sem vizinhos... Um Rapunzel em terra firme. No início foi estranho dormirmos noites inteiras sem preocupações; não precisávamos fazer nada quando o vento chegava rugindo, não havia toldos para recolher nem velas a rizar, uma moleza! Soa bem sem graça, não? Mas foi uma experiência incrível estar imerso de volta à civilização, aquele mundo de gente nas ruas, o ruído, trânsito, ter um carro novamente. Em pouco tempo nos acostumamos com a facilidade da vida em terra, cada um achou uma atividade nova. A proximidade dos filhos e de três netos preencheu todos os espaços, e a vida tomou um novo rumo. Mais que tudo, sentimos a falta das amizades que fizemos na comunidade náutica.

Quanto aos filhos, se adaptaram bem no mundo "terrestre" na volta?

   Para nossos filhos, embora cada um esteja trilhando rumos independentes, restou o conhecimento e autoconfiança com que nossa viagem os moldou para a vida. Os netos estão crescendo nesse ambiente repleto de experiências reais e sadias, guiados pelo espírito de liberdade que a família aprendeu a cultivar.”

   Contem suas lembranças de fatos pitorescos ou importantes, a relação com outros veleiros e de outros países, e não apenas da viagem, mas da vida pós-viagem.

   “A gente curtiu muito viver no mar, criamos ‘raízes’ profundas na comunidade náutica. Descobrimos um mundo fantástico, cheio de gente interessante e amiga. Não acreditamos que vivendo em terra firme todos esses anos teríamos desfrutado de uma vida social tão intensa como a que curtimos no Rapunzel. Algumas de nossas melhores lembranças são ligadas a momentos de pura magia como um nascer do sol iluminando as velas, depois o convés e enfim o mar. Outras vezes o mau humor das crianças ao serem acordadas no meio da noite para seus turnos, e as alegrias no fim de uma travessia, com nova ilha para ser explorada à proa, a expectativa de reencontrar amigos, uma sorveteria, pão fresco... Sem dúvida, os 21 anos no mar foram os melhores de nossas vidas. Decidimos voltar a viver em terra com a certeza de que havíamos realizado nossos sonhos, mostrado um mundo sem fronteiras a nossos filhos, e os preparado da melhor maneira possível para a vida. Com a venda do Rapunzel, pudemos nos dedicar com afinco a planos que vínhamos cultivando havia muito tempo, mas sempre adiados pelo nosso envolvimento com a vida no mar.”

   Concluindo, Marçal explica que ele e Eneida não deixaram totalmente o mundo náutico:

   “Continuamos a acompanhar a vida no mar, eventos da comunidade e relatos de cruzeiristas, alguns dos quais sabemos que de alguma forma se inspiraram em nossos relatos, o que nos deixa lisonjeados. Queremos continuar disponíveis àqueles que por afinidade ou necessidade de qualquer tipo de ajuda nos procurem. Nossa experiência, já relatada nos livros que publicamos sobre as viagens, guias de navegação, culinária a bordo, conservação de alimentos, está a disposição em www.veleiro.net/rapunzel, para aqueles que se interessem pelo assunto.”

A experiência do casal Ceccon (veja, no mapa, os percursos das suas várias travessias com o Rapunzel) ainda motiva muitos candidatos a navegadores dos sete mares

A experiência do casal Ceccon (veja, no mapa, os percursos das suas várias travessias com o Rapunzel) ainda motiva muitos candidatos a navegadores dos sete mares

Sobre o autor

 
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Foto: Arquivo pessoal

*Roberto Negraes é jornalista especializado em náutica e navegação, um dos pioneiros do setor. Em sua primeira participação numa regata virtual, conseguiu um 8º lugar numa das etapas da Volvo Ocean Race de 2008-09. Depois disso, passou a praticar e tornou-se o melhor brasileiro e participante do continente americano durante anos, vencendo etapas de regatas internacionais como a Velux Five Oceans em 2010, vencendo na categoria SO (sem equipamentos extras) uma Solitaire du Figaro, 2º lugar na Cap-Istambul de 2010, e terminando entre os Top 10 em 16 grandes eventos internacionais. Na Volvo Ocean Race de 2011-12, esteve em 2º lugar até a sexta etapa, infelizmente não deu sorte nas duas últimas pernas e finalizou em 5º lugar entre 330 mil participantes de 184 países. Depois disso, parou de competir desde 2012, mas retornou agora às regatas virtuais, participando inicialmente de regatas como testes, para adaptar-se (a tecnologia desenvolveu-se muito nos últimos anos).