Filé mignon ao molho

Por Tatiana Zanardi / Cook 4 Life / Ocean Eyes Experience

Bowl de filé mignon: tudo num prato só!

Esta palavrinha está ganhando cada vez mais adeptos brasileiros, não é mesmo? No começo era somente o bowl (tigela pequena) com iogurte e granola, no café da manhã. Depois veio o bowl da comida havaiana poke, com peixes, frutas e algo mais. E agora mais pratos são servidos em bowls, pela sua praticidade tão valorizada na correria do dia a dia. E também porque, muitas vezes, fica mais fácil de comer, a comida não “foge” ou escorre para os lados…

O filé mignon ao molho fica ainda mais saboroso quando leva temperos que dão um toque especial. Pode ser uma receita tradicional, como o molho madeira ou com mostarda dijon com algumas colheres de sopa de creme de leite.

Esta minha receita foi inspirada no goulash, prato húngaro que tem diversas versões e é muito comum na Croácia, onde velejamos em 2018 e 2019.  O filé mignon é uma carne macia e de preparo rápido, bom para ser feito no barco, onde tenho limitação de recursos como botijão de gás e fogão pequenos. Também consigo encontrar carne com certificação orgânica em algumas ilhas por onde passo, principalmente em St. Croix onde há fazendas de criação natural e produtos orgânicos.

As tâmaras entraram para dar um sabor especial. São ricas em açúcares naturais e fontes de energia. Mas quem não gosta de agridoce ou tem restrições alimentares (neste caso, diabéticos) não precisa colocá-las. Podem ser substituídas por outro legume ou castanha, fica por conta da sua criatividade.

 

Filé mignon ao molho

Serve: 2  pessoas 

Tempo total de preparo: 30 minutos 

Tempo de forno ou fogão: 30 minutos

 

Ingredientes

2 medalhões de filé mignon bovino (de preferência orgânico*)

1 tomate maduro

1/2 cebola

2 batatas médias

1 cenoura grande ou 6 cenourinhas baby

opcional: 1/2 xícara de tâmaras sem caroço picadas (para quem gosta de sabor agridoce e quer dar um toque especial, uma vez que as tâmaras se dissolverão no molho)

2 colheres (sopa) de farinha de trigo (de preferência integral)

1/2 colher (chá) de manteiga

1 colher (sopa) de azeite de oliva extravirgem

50 ml de vinho tinto

Sal e pimenta-do-reino a gosto

1 colher (chá) de sálvia

2 colheres (chá) de páprica

2 folhas de louro

1 a 2 xícaras de água fervente

Modo de preparo

Corte os medalhões em cubos e tempere com sal, pimenta-do-reino, sálvia e páprica. Reserve.

Enquanto isso, corte em pedacinhos bem pequenos o tomate e a cebola.

As cenouras e batatas, corte em pedaços médios. 

Passe os cubos de filé mignon na farinha. 

Aqueça o azeite com a manteiga e doure a cebola até ficar transparente.

Acrescente os cubos de filé mignon e dê uma “selada” em tudo.

Junte os tomates e as tâmaras. Misture tudo. 

Coloque as batatas e cenouras, misture e cubra com água fervente.

Salpique sal e pimenta-do-reino a gosto, e vá experimentando.

Acrescente as folhas de louro, tampe a panela e cozinhe em fogo baixo até as batatas e cenouras ficarem macias, e o caldo engrossar. 

Verta o vinho tinto e verifique se está bom de sal e pimenta-do-reino. 

Cozinhe por mais 5 minutos e estará pronto!

Sirva em um bowl, com arroz por baixo como opção; ou em um prato com o acompanhamento ao lado.

 
 

Carne bovina: prós e contras

Cada vez mais ouvimos sobre o quanto a carne vermelha pode ser prejudicial à saúde, principalmente no que se refere a gordura e colesterol, e ao planeta, em termos de sustentabilidade. Porém, segundo especialistas em nutrição, quando paramos de consumir carne devemos ficar atentos aos níveis de ferro, vitamina B e zinco no nosso organismo, pois muitas vezes é necessária uma reposição (leia sobre consumo equilibrado aqui).

*Carne orgânica: opção sustentável

A produção de carne bovina envolve problemas tais como o desmatamento de áreas para pastagens, a geração de metano (potente gás de efeito estufa), o alto consumo de água e grãos pelo gado e o tratamento cruel dos animais. Será que não existe uma forma sustentável de criação de gado para podermos consumir carne de consciência tranquila? Sim, existe, e a alternativa é a carne orgânica certificada, proveniente de gado criado a pasto, sem agrotóxicos e fertilizantes químicos nem aplicação de antibióticos, hormônios e quimioterápicos. Ou seja, é uma criação natural, como era antigamente. Os bois são tratados e cuidados individualmente e, em caso de doenças, somente por veterinários que utilizam homeopatia e fitoterapia.

Onde encontrar carne bovina orgânica?

Segundo a WWF, “a Pecuária Orgânica Certificada é um sistema produtivo que pode contribuir com a sustentabilidade ambiental da Bacia Hidrográfica do Pantanal como um todo, e servir como modelo de produção sustentável e responsável”. A produção de carne orgânica é recente, e principalmente a certificada em escala comercial. É realizada “por duas associações de produtores de carne orgânica localizadas na Bacia Hidrográfica do Pantanal, a Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos (ASPRANOR), no estado do Mato Grosso, e a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), no estado do Mato Grosso do Sul”.

Nos supermercados, você pode encontrar carne orgânica certificada da marca Korin, empresa brasileira que ”utiliza o método de Agricultura Natural de Mokiti Okada, que privilegia o perfeito equilíbrio entre preservação e uso dos recursos naturais”. Outras alternativas estão surgindo, fique de olho no selo de produtos orgânicos. 

Acredito que quanto mais demanda houver, ou seja, quanto mais consumidores a pedirem nos supermercados e restaurantes, mais fornecedores perceberão que vale a pena produzir e comercializar carne orgânica certificada. É um trabalho de formiguinha, mas a hora é agora!!! 🙂